terça-feira, 3 de novembro de 2009

GESTÃO DE RISCOS EM PLATAFORMA DE PETRÓLEO

GESTÃO DE RISCOS NA OPERAÇÃO DE PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

2. MÉTODO
Essa pesquisa é de natureza qualitativa, pois o objetivo será de analisar o desenvolvimento da gestão de riscos em uma plataforma de petróleo. Ela se utilizará de um método descritivo, uma vez que investigará a literatura existente num modelo das prática propostas por organismos nacionais e internacionais.

4. SISTEMAS DE GESTÃO E APLICAÇÃO DE ANÁLISE DE RISCOS
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A implantação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, de forma que uma estrutura adequada de responsabilidades e ações seja bem definida e haja uma boa análise das informações, a empresa poderá alcançar o máximo em SST, otimizando seus recursos financeiros, humanos, tecnológicos e materiais disponíveis na empresa.
A ausência de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho prejudica no gerenciamento dos riscos, podendo permitir altos índices de acidentes e doenças do trabalho. A maior prejudicada é a força de trabalho que não está coberta com um sistema de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Os efeitos danosos à saúde dos trabalhadores podem ser percebidos a curto ou a longo prazo, trazendo a diminuição da capacidade laborativa parcial ou total de maneira temporária ou até permanente. De todo forma a empresa tem um impacto decrescente na produção, um ambiente de trabalho negativo com trabalhadores desmotivados e um comprometimento na qualidade de seus produtos, ameaçando a imagem da companhia.
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4.1.2. NORMA BRITÂNICA BS 8800
A Norma BS-8800 tem como anexos a Relação com a ISO 9001 (1994, Sistemas de Gestão da Qualidade), a Organização, o Planejamento e Implementação, a Avaliação de Riscos, a Mensuração do Desempenho e Auditoria que mostram, conforme dito anteriormente, “como fazer”.
Anexo D - Avaliação de Riscos: No anexo D é explicado os princípios e práticas da avaliação de riscos de SST, e as razões da sua necessidade. As organizações devem adaptar a abordagem descrita neste anexo para atender suas próprias necessidades, levando em consideração a natureza de seus trabalhos e a gravidade e complexidade de seus riscos. O processo de avaliação de riscos segue os passos apresentados na figura 3.
Figura 3: Processo de avaliação de riscos.
Fonte: BS 8800: 1996
Determinar os riscos
Decidir se os riscos são toleráveis
Preparar plano de ação para o controle dos riscos (se necessário)
Revisar a adequacidade do plano de ação
Identificar os Perigos
Classificar as atividades de trabalho
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A avaliação de riscos envolve três passos básicos: identificar perigos; estimar o risco de cada perigo (a probabilidade e a gravidade do dano) e decidir se o risco é tolerável. A intenção da avaliação de riscos SST é fazer com que os riscos sejam controlados, antes que possa ocorrer o dano, sendo um fundamento-chave para a gestão pró-ativa da SST. Uma avaliação de riscos baseada em uma abordagem participativa dá a oportunidade para a administração e para os trabalhadores estarem de acordo que: os procedimentos de SST de uma organização são baseados em percepções compartilhadas de perigos e riscos, são necessários e viáveis e terão sucesso na prevenção de acidentes.
4.1.3. CÓDIGO ISM (INTERNATIONAL SAFETY MANAGEMENT)
O código constitui o capítulo IX do SOLAS - "Management for the Safe Operation of Ships", e será mandatário para as empresas registradas sob bandeiras de países signatários conforme abaixo:
 Navios de passageiros, petroleiros, químicos, gaseiros, graneleiros e embarcações classificadas como de "alta velocidade", a partir de 01 de julho de 1998; e
 Outros navios de carga e unidades móveis de perfuração, a partir de 01 de julho de 2002.
A razão para documentar a responsabilidade e autoridade do pessoal é assegurar que aqueles envolvidos com a Segurança e Proteção do Meio Ambiente saibam o que é esperado deles para que o Sistema efetivamente funcione.
Rotinas de treinamento devem ser realizadas de acordo com os procedimentos e requerimentos estabelecidos no SMS. As simulações devem enfatizar fainas em situações de emergência, e seu propósito é o de assegurar que a tripulação atenda aos padrões estabelecidos no SMS e ganhe confiança para controlar situações que possam surgir caso ocorra uma emergência.
O resultado de auditorias de segurança, simulações e análise de acidentes, situações de risco ocorridas e não conformidades são ferramentas de auxílio na identificação da necessidade de treinamento ou de alteração nos procedimentos do SMS.
4.1.4. GESTÃO DE RISCOS
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4.1.4.1. COMO PODE SER FEITA A GESTÃO DE RISCOS?
a) As avaliações de riscos constituem um processo de suporte e as recomendações geradas nesses estudos são fruto da percepção da equipe envolvida, a partir da aplicação de técnicas estruturadas para identificação de perigos, possuindo caráter estritamente técnico. A implementação dessas recomendações deve ter sua viabilidade avaliada gerencialmente, a partir da aplicação da filosofia "ALARP" (As Low As Reasonable Practicable - Tão baixo quanto razoavelmente praticável). Quando aprovadas, tais recomendações se tornam objetivos relacionados à SMS, cujo controle e provisão dos recursos necessários à sua implementação cabem ao gestor do projeto ou processo.
b) As recomendações geradas a partir dos estudos de riscos podem eventualmente inserir mudanças nas instalações e a sua implementação, portanto, deve ser gerenciada durante a fase de implantação do projeto e durante a fase de operação.
c) Os perigos relacionados à segurança das instalações, associados às falhas operacionais, devem ter seus riscos avaliados através de Análise Preliminar de Riscos.
d) Os perigos relacionados à execução das tarefas são identificados através da Análise Preliminar de Risco das tarefas, quando da emissão da Permissão para Trabalho - PT. Os riscos a eles associados são considerados, em princípio, como não toleráveis, exigindo a adoção de medidas de controle. Caso estas medidas não possam ser implementadas, as tarefas não serão realizadas.
e) A criação de um Manual de Segurança estabelece requisitos mínimos e as condutas a serem seguidas nas várias atividades de trabalho desenvolvidas a bordo das plataformas, com o intuito de minimizar os riscos identificados e prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes.
Devemos focar nos novos projetos, ou seja, na documentação de Engenharia do projeto de uma plataforma de petróleo a ser construída. O projeto é dividido em Projeto Básico e Projeto de Detalhamento, onde em cada fase são definidos os Estudos de Riscos aplicáveis.
A Figura 1 mostra os Estudos de Riscos a serem desenvolvidos durante o Projeto Básico dos empreendimentos, como também suas descrições conforme a seguir:
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Figura 1 - Estudos a serem realizados no Projeto Básico ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO
Projeto Básico
APR (1)
Avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície.
HAZOP (1)
Avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície.
Avaliações Quantitativas (1)
Estudos de dispersão de gases, propagação de incêndio, explosão etc, nas Instalações de Superfície
EERA (1)
Estudo de Escape, Resgate e Abandono nas Instalações de Superfície
PPRA
Estudo dos riscos ocupacionais relativos à UEP, com foco na fase de operação.
EIA
Estudo de Impactos Ambientais, englobando instalações submarinas e de superfície.
(4)
Avaliação e gestão de riscos nas atividades de engenharia de poços
Gestão de Mudanças
Controle Integrado de Mudanças em Projetos
A Figura 2 mostra os Estudos de Riscos a serem desenvolvidos durante o Projeto de Detalhamento dos empreendimentos, como também suas descrições conforme a seguir:
Figura 2 - Estudos a serem realizados no Projeto de Detalhamento ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO
Projeto de Detalhamento
APR (2)
Atualização da avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície.
HAZOP (2)
Atualização da avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície.
PPRA
Atualização do estudo dos riscos ocupacionais relativos à UEP, com foco na fase de operação.
EIA
Atualização do Estudo de Impactos Ambientais, englobando instalações submarinas e de superfície.
ISEA (2)
Avaliação dos riscos envolvidos na Interação entre sistemas elétricos e de automação nas Instalações de Superfície (Tarefa 15 do PEO)
Avaliações Quantitativas (2)
Atualização dos estudos de dispersão de gases, propagação de incêndio, explosão etc, nas Instalações de Superfície
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EERA (2)
Estudo de Escape, Resgate e Abandono nas Instalações de Superfície
Avaliação Ergonômica
Avaliação ergonomica dos postos de trabalho
APN-2
Análise Preliminar de Perigos Nível 2 pré Comissionamento.
APN-2
Análise Preliminar de Perigos Nivel 2 para padronização de novas tarefas
A Figura 3 apresenta os Estudos de Riscos que poderão ser desenvolvidos durante a fase de Operação da plataforma, como também suas descrições. No caso de mudança de projeto, deverá ser avaliado por especialista de segurança qual a metodologia a ser utilizada:
Figura 3 - Estudos a serem realizados na fase de Operação ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO
Operação
APN-2
Análise Preliminar de Perigos Nível 2 para elaboração / revisão de padrão de execução
APN-2
Análise Preliminar de Perigos Nível 2 para emissão de PT.
PPRA
Atualização do estudo dos riscos ocupacionais relativos a UEP.
Gestão de Mudanças
Estudos de riscos considerados pertinentes.
A Figura 4 deixa registrado que da época da desativação da plataforma, os riscos deverão ser analisados conforme as exigências dos órgãos reguladores:
Figura 4 - Estudos a serem realizados na fase de desativação da plataforma ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO
Desativação
A depender do processo de desativação
Conforme atividades previstas para desativação e de acordo com as exigências do Órgão Regulador.
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Os estudos qualitativos são elaborados por especialistas sem a necessidade de softwares específicos, já os estudos quantitativos são desenvolvidos a partir de ferramentas especiais que geram a modelagem específica de acordo com a geometria 3D da plataforma.
4.1.4.2. BREVE DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS DE RISCOS
a) Análise Preliminar de Riscos – APR: Técnica indutiva estruturada para identificar perigos decorrentes de falhas de instalações ou erros humanos, bem como suas causas e conseqüências e avaliar qualitativamente seus riscos impactando a Segurança Pessoal, Meio Ambiente, Instalação e Imagem da Empresa. Na Figura 5 é mostrada a planilha para a elaboração da APR.
Figura 5 – Planilha de APR
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
Data:
Instalação: Área: Pag: Processo Subprocesso: Documentos: Perigo Causas Possíveis Efeitos Modos de Detecção/Salvaguardas Classificação Observações/ Recomendações Cenário Freq. Severidade Risco SP P M I SP P M I
Onde: SP: Segurança Pessoal M: Meio Ambiente
P: Patrimônio I: Imagem da Empresa
b) Estudo de Perigo e Operabilidade – HAZOP: Técnica estruturada para identificar perigos de processo e potenciais problemas de operação utilizando palavras-guias associadas a parâmetros de processo, para avaliar qualitativamente desvios de processo, suas causas e conseqüências. Na Figura 6 é mostrada a planilha para a elaboração do HAZOP.
c) Estudo de Dispersão de Gases: Esta análise deve ser desenvolvida com o objetivo de avaliar o comportamento dos vazamentos de gás e definir o número e a localização otimizada de detectores de gás hidrocarboneto em áreas abertas.
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Figura 6 – Planilha de HAZOP
ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
Data:
Instalação:
Área
Processo:
Pag:
Nó:
Documentos:
Desvio Possíveis Causas Possíveis Conseqüências Modos de Detecção/Salvaguardas Observações / Recomendações Cenários
O estudo deve definir pontos de detecção que atendam principalmente a liberações iniciais (inicio de vazamento) que devem ser monitorados preliminarmente antes mesmo da detecção dos instrumentos do processo e da ocorrência dos eventos de incêndio e de explosão. O estudo é feito com simulação dos casos em fluidodinâmica computacional considerando as 4 direções de vazamento e 8 direções de vento a fim de validar a locação dos detectores. A Figura 7 mostra a modelagem do Estudo de Dispersão de Gases para o Vent dos Tanques de Carga da plataforma P-43, com a tendência da nuvem de gás sobre a planta de produção da plataforma. A direção nesse caso é de vento para a popa do navio:
Figura 7 – Dispersão de Gases do Vent dos Tanques de Carga da P-43
Fonte: Relatório do Estudo de Dispersão de Gases da P-43 - MTL Engenharia - 2001
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A Figura 8 mostra a mesma nuvem do Estudo de Dispersão de Gases da P-43 para o Vent dos Tanques de Carga, com a sua faixa de inflamabilidade, demonstrando se o tamanho da nuvem gerada traz riscos à plataforma ao alcançar os módulos de produção:
Figura 8 – Nuvem de Gás com a faixa de inflamabilidade
Fonte: Relatório do Estudo de Dispersão de Gases da P-43 - MTL Engenharia - 2001
c) Estudo de Incêndio: Esses estudos visam a avaliar o comportamento das estruturas e equipamentos da plataforma no caso de incêndio. É elaborado a partir do resultado da APR onde são selecionados cenários críticos de pequenos e grandes vazamentos de hidrocarbonetos. Com o resultado das modelagens são sugeridas recomendações como instalação de proteção passiva e/ou redução de inventário através de colocação de válvulas de segurança. A Figura 9 apresenta a modelagem de incêndio da plataforma P-43 e as faixas de temperaturas das chamas que podem atingir as estruturas, equipamentos e tubulações e levá-las ao colapso, agravando ainda mais o sinistro.
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Figura 9 – Estudo de Incêndio – Faixa de temperaturas
Fonte: Relatório do Estudo de Incêndio da P-43 - MTL Engenharia - 2001
d) Estudo de Explosão: É o estudo aplicado para o dimensionamento das estruturas da plataforma baseado nos valores de sobrepressão advindas de uma explosão. Também deverá considerar os cenários críticos de vazamentos de hidrocarbonetos, sua composição, pressão e temperatura. A modelagem da explosão está diretamente ligada a geometria 3D da plataforma e o grau de confinamento do ambiente a ser simulado. A partir dos resultados da sobrepressão resultante do estudo, ações de mitigação deverão ser propostas, como reforço de estrutura, proteções adicionais, melhora da ventilação, novo arranjo de layout, etc. Os valores encontrados deverão ser analisados quanto à faixa de Tolerabilidade dos Riscos da Petrobras. A Figura 10 apresenta um resultado do Estudo de Explosão, onde são apresentados os valores
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de sobrepressão e suas respectivas distâncias no caso de um vazamento de 30 m3 de gás natural seguido de explosão:
Figura 10 – Tabela de sobrepressão para um vazamento de 30 m3 de gás natural Categoria da Explosão Sobrepressão da explosão (em bar) nas distâncias selecionadas 5 m 10 m 20 m 30 m 7- Deflagração Forte 1,10 1,.3 0,60 0,35 6 – Deflagração Forte 0.51 0,49 0,40 0,28 5 - Deflagração Média 0,22 0,20 0,15 0,10 4 - Deflagração Pequena 0,11 0,10 0,08 0,05
Fonte: Relatório do Estudo de Explosão da P-43 - MTL Engenharia - 2001
- Alteração de Projetos (Mudanças): Durante a fase de operação algumas mudanças nos projetos originais da plataforma podem ocorrer, sendo que a alteração dos riscos deve ser analisada. Nessa fase os estudos de riscos citados poderão ser aplicados.
Deve-se proceder um gerenciamento das mudanças em uma plataforma durante a fase de operação.
Um especialista em Análise de Riscos, ao verificar o projeto, deve indicar qual(ais) estudo(s) deverá ser elaborado ou revisado. A indicação da necessidade de um estudo deverá ser acompanhada da metodologia a ser aplicada e em qual fase do projeto o mesmo será desenvolvido.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. ASPECTOS GERAIS
Os riscos estão presentes em muitas atividades industriais, destacando-se os riscos pessoais, riscos ao ambiente e riscos econômicos.
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Em alguns desses riscos é possível obter uma redução através de práticas seguras de operação. Alguns riscos residuais, no entanto, são inevitáveis.
No entanto, para se determinar que tais riscos são aceitáveis, dependerá do julgamento de valores pela sociedade, os quais não podem ser padronizados ou quantificados.
5.2. RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DA PESQUISA
Com essa pesquisa as questões propostas são respondidas apontando para a possibilidade de mais discussão sobre esse assunto e futuras pesquisas:
1ª Questão: Os projetos podem incorporar propostas de alteração após uma análise de riscos?
Sim. As recomendações geradas a partir das análises de riscos realizadas na fase do Projeto Básico podem ser incorporadas na fase de Detalhamento do Projeto. A inclusão dessas recomendações irá depender da análise gerencial e, impacto ao prazo de término da obra e entrega da plataforma.
2ª Questão: Como é feito o levantamento dos perigos de uma plataforma de petróleo durante a sua fase de elaboração e construção?
Os estudos qualitativos são realizados através da aplicação das metodologias consagradas Análise Preliminar de Riscos – APR e Estudo de Perigos e Operabilidade – HAZOP. São elaborados com a participação dos especialistas da área operacional, de segurança e engenharia. Os estudos quantitativos de Incêndio, Explosão e Dispersão de Gases são elaborados por empresas especializadas que utilizam aplicativos de modelagem computacional, tendo como insumo os parâmetros de processo e a geometria 3D da plataforma.
3ª Questão: Como é feito o levantamento dos perigos de uma plataforma de petróleo em operação?
Na execução das tarefas de bordo, através de uma análise prévia durante a emissão da Permissão para Trabalho, envolvendo o responsável do equipamento ou da área impactada e o executante, com o auxílio do Técnico de Segurança. Quando se tratar de alteração do projeto original, poderá haver necessidade da revisão dos estudos realizados na fase de projeto, a
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saber, APR, HAZOP, Incêndio, Explosão ou Dispersão de Gases, considerando a nova realidade da unidade de produção.
4ª Questão: Pode haver diferenças nos resultados das análises de riscos?
Sim. A depender do grupo indicado para participar das análises qualitativas e, no caso dos estudos quantitativos, os resultados poderão ter diferenças, devido aos softwares, insumos e critério de tolerabilidade utilizados.
REFERÊNCIAS
AMERICAN INSTITUTE OF CHEMICAL ENGINEERS. Center for Chemical Process Safety. Guidelines for chemical process quantitative risk analysis. 2nd ed. New York, c2000.
AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API Recommended Practice 76: contractor safety management for oil and gas drilling and production operations. Washington, 2004.
BRITISH STANDARDS INTERNATIONAL. BS 8800: guide to occupational health and safety management systems. London, 1996/2004.
EXPLOSÃO em uma indústria petroquímica. Gerência de Riscos, São Paulo, ITSEMAP do Brasil, 6(21): 36-7, jan./mar. 1991.
DUARTE, M. Riscos industriais: etapas para a investigação e a prevenção de acidentes. Rio de Janeiro: FUNENSEG, Rio de Janeiro 2002.
ESTEVES, A. Da S. Gerenciamento de riscos de processo em plantas de petroquímicos básicos - Uma proposta de metodologia estruturada. 2004.
Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004.
FAERTES, D., “Sobre um Critério de Aceitabilidade de Riscos para Plataformas de Petróleo Offshore”, MSc. Thesis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1994.
LEES, Frank P., Loss Prevention in Process Industries: Hazard Identification, Assentement and Control, Vol 1 and 2, Butterworth Heinermann - 2ª Ed., 1996.
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e NBR’s associadas.
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Norma OHSAS 18000:- occupational health and safety management systems - specifications. London: Edição 2002.
Requisitos Estatutários da International Maritime Organization – IMO:
- Safety of Life at Sea – SOLAS;
- Mobile Offshore Drilling Unit – MODU CODE;
- International Convention for the Prevention of Pollution from Ships - MARPOL 73/78.
Curso de Gestão do Sistema de Segurança, Bureau Veritas – Petrobras, Rio de Janeiro, 2002. Apostila.

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